Ideologia poética



Sinto por mim aversão,
De existir num mundo avesso!
Onde a palavra união,
Se vende por qualquer preço!

Eu já pedi clemência
A um coração mal formado!
Pois deu-me por consciência
O troco do seu pecado!

Quis rezar, pedir a Deus
Que desse ao mundo mais luz!
Revivi pecados meus...
E quedei-me a olhar a cruz!

O meu passado não choro,
Meu presente não lamento...
Mas ao futuro eu imploro,
Não me dê mais sofrimento!

Quando meus olhos fechar,
E o dia desaparecer...
Quero a campa por altar!
E o céu para me acolher!

Que razão terá o mundo,
Das mágoas que me consomem?
O mundo não me quer mal...
Quem me quer mal é o homem!

Um dia pedi esmola,
E a quem pedi... adivinha?
Chorou, abriu a sacola
E deu-me o pouco que tinha!

Toda a vida defendi
Os meus francos ideais.
Amigos a quem me uni
Eram filhos de outros pais!

A vida, o mundo afinal...
São como contas correntes!
Um humano Carnaval,
Com duas faces diferentes!

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