O retrato de Joaquina
Eu sonhei que uma cigana,
Me tivera lido a sina.
– A sua mão não engana,
Tem gravado, Joaquina!
– O seu retrato pintou,
Com tintas de várias cores,
É mulher que nunca a amou
Mas que tem muitos amores!
É franzina e de bom porte,
Delicada e de bom trato!
Poeta quis ter a sorte
Em pintar o seu retrato!
E pintou a Joaquina,
Com umas tintas singelas.
Ficou imagem divina
Retratada em aguarelas!
– Estou a ver – diz a cigana
Nesse sonho que sonhei.
– Joaquina é soberana,
E você é o seu rei!
Estou a ver os seus cabelos,
Seus olhos tão delicados!
– Não queira você perdê-los,
Será rei dos destronados?
Elegante no andar,
Rosto a denotar formosura!
— Se você não se apressar,
Vai borrar toda a pintura!
Retrato de Joaquina,
Quando o poeta acordou:
Nem a cigana, leu a sina,
Nem o poeta a pintou!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário