O seu melhor amigo!



Aquelo pobre velhinho,
Errante pelo caminho,
Á procora duma esmola.
Leva à frente um cão consigo,
Seu fiel e grande amigo
E ao peito uma viola!

De barbas da cor do linho...
Caminha a custo é ceguinho,
É como um barco sem escala!
Num constante vai e vem
Sem amparo de ninguém,
Seu amparo é uma bengala!

Que a garotada apoucava
O velho quando tocava
Junto ao Terreiro da Escola!
Cantando por caridade
Levava da mocidade
Só ilusões na sacola!

Sem um ai, sem um lamento...
Posto ao sol, à chuva, ao vento,
Sabe-se lá... sem guarida.
Sua viola trinando...
Chora!... Enquanto ele cantando,
Vai dizendo adeus à vida!

Pôs fim ao seu sofrimento,
Como nau perdida ao vento
Açoitada pelo Mundo!
De barbas da cor do linho,
Aquele pobre velhinho,
Deixou um pesar profundo!

Ao ver que a morte tardava...
Que a vida à morte entregava,
Fez da viola... caixão!
Da bengala fez a cruz!
Da sacola o seu capuz!...
Morreu abraçado ao cão!

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